quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Futebol Feminino



O futebol feminino do Brasil tem como destaque a Seleção Brasileira de Futebol Feminino. No time nacional, destacam-se jogadoras comoMarta, Cristiane, Daniela Alves e, na década de 90, Kátia Cilene, Pretinha e Sissi.

O time ganhou a medalha deOuro nos Jogos Pan-americanos de 2003 e 2007, e foi vice-campeã na Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2007 e nas Olimpíadas de 2004 e de 2008.

Apesar da força da Seleção, o futebol feminino interno é precário. São poucos os clubes que se interessam por desenvolver a categoria. Os campeonatos são escassos, sendo grande parte em nível estadual e amador. O primeiro grande torneio criado foi a Copa do Brasil de Futebol em 2007.







Curtam o vídeo da nossa melhor do mundo dando um show!!



Renata Fan vê diferença entre futebol masculino e feminino




Renata Fan apresenta, diariamente, o programa Jogo Aberto, na TV  Bandeirantes. Ela é uma das poucas mulheres com esta responsabilidade no futebol, ambiente predominantemente masculino. Para a apresentadora, o futebol feminino tem algumas diferenças do masculino.
“O futebol feminino é diferente porque é menos violento que o masculino e tem um respeito maior neste aspecto. Acho que eu destacaria no futebol feminino o drible, a jogada mais trabalhada, com mais efeito... acontece com mais frequência. No masculino a gente vê um repertório muito grande de jogadas, de estilos, mas as mulheres têm um jeito muito próprio de jogar futebol, que é com talento, procurando passes corretos, buscando jogadas laterais, tendo um destaque diferenciado”, diz ela ao site O Fuxico.
Nos jogos Pan-americanos, que acontecem no México, a Seleção Brasileira masculina passou vergonha ao ser eliminada na primeira fase. Enquanto isso, as meninas foram vice-campeãs ao perderem a final, nos pênaltis, para o Canadá.
“Não dá para igualar os dois. Até dá para comparar, mas não pode igualar. O futebol que evoluiu muito foi o da Suécia, por exemplo, onde a Marta jogou por muito tempo, que tem um futebol diferenciado. Agora o Japão foi campeão do mundo e você vê por aí a evolução do futebol asiático na área feminina. Acho excepcional, fico muito feliz e espero que cresça cada vez mais e espero ver as mulheres jogando cada vez melhor”, completou ela.
Renata Fan é a apresentadora do programa Jogo Aberto, da Bandeirantes

Mulher e futebol combinam sim, rapazes!

A bandeirinha Ana Paula Oliveira saiu dos gramados para a fama. Posou nua, venceu preconceitos e tornou-se importante na história do futebol

10/8/2011




Sempre que ela entrava no campo era um alvoroço para os homens presentes no estádio de futebol. Os olhares dos torcedores, antes atentos às entradas em campo dos seus times de coração, agora buscavam as laterais do gramado com o objetivo de achar aquela bandeirinha de que tanto falavam. Quase vinte anos depois, Ana Paula Oliveira, paulistana de Campinas, conseguiria visibilidade no país inteiro por sua competência dentro e fora das quatro linhas: por bandeirar com capacidade técnica em campo e posando nua para a Playboy.
O Tempo de Mulher entrevistou Ana Paula que afirmou com todas as letras: mulher e futebol combinam sim. Ela ainda nos contou da influência do pai na carreira, da possibilidade de voltar aos gramados no próximo ano e dos avanços e espaços que as mulheres vêm conquistando. 


Dizem os homens que futebol e mulher não combinam. Você venceu num esporte predominante masculino. Se considera hoje um sex symbol dos gramados?
Não. Na verdade fui novidade na época, que provou que uma mulher é capaz sim de entender de futebol e dominar a regra do impedimento. A Marta provou que mulher e futebol combinam.


Seu sonho era se tornar jogadora de vôlei e você acabou indo parar no meio de 22 marmanjos correndo atrás de uma bola. Quando surgiu a bandeirinha Ana Paula?
Por acaso, nunca tinha me imaginado árbitra até ter vivido esta profissão de perto por intermédio do meu pai. Amo desafios e me tornar árbitra e atuar nos grandes jogos era algo que me fascinava e então passei a dedicar a minha vida ao futebol em especial à “arbitragem”. Iniciei aos 14 anos como mesária ou anotadora, aos 15 anos fiz meu primeiro curso, aos 19 anos me profissionalizei e aos 24 anos me tornei árbitra FIFA.


Assim que você ingressou no curso de arbitragem, seu pai aceitou com facilidade essa paixão pelo futebol?
No começo quando criança, ele me incentivou a fazer os cursos e a entender as regras. Mas quando falei que partiria para São Paulo para tentar carreira profissional ele pirou! Foi contra. Só depois de 03 anos como árbitra federada foi que meu pai passou a aceitar e me acompanhar e, como todo pai, exigiu que eu fosse a melhor... Mas no início brigamos muito.


Foi mais difícil posar nua para a Playboy ou apitar a final do Campeonato Paulista em 2003?
Foi mais difícil posar nua, primeira vez, não sabia como funcionava, era tudo muito novo. Já para a final fui treinada, não existia nada novo com exceção da transmissão ao vivo para todo Brasil. Precisava apenas lidar com a pressão.


Outra questão: você sofreu preconceito por parte das mulheres por posar nua?
Não posso afirmar isso, mas acho que um pouco.


Depois da publicação você não apitou mais um jogo oficial. Quais as razões para esse impedimento nos gramados?
Atuei sim, pela Federação Paulista de Futebol em vários jogos. O impedimento de atuar na CBF aconteceu devido uma mudança no critério de avaliação física. Para as mulheres estarem aptas a atuarem em jogos masculinos precisam realizar os mesmos testes físicos masculinos. Isso infelizmente atrapalhou meu retorno à CBF. Estava condicionada aos índices femininos. Depois solicitei um afastamento para me dedicar aos estudos e formação.


Certamente você entrou para a história do futebol brasileiro. Como gostaria de ser lembrada daqui a 40 anos?
Como a mulher que conquistou o respeito no campo de jogo.


Sempre foi mais fácil domar os homens dentro dos gramados ou fora dele?
Sem dúvida, domar dentro de campo é muito mais fácil do que fora dele.


Em sua opinião, o Brasil tem estrutura suficiente para receber uma Copa do Mundo?
Assunto delicado, a nossa infraestrutura me preocupa. Por exemplo: nossos aeroportos não possuem capacidade para comportar a demanda de tráfego. Sem falar na questão estádios. Como diz Romário: só Jesus para salvar a Copa no Brasil.


Seu sonho ainda é chegar a uma Copa do Mundo. A do Brasil é agora em 2014. Até lá você já está de volta aos campos de futebol?
Sonho sim com a Copa, agora de duas formas como árbitra ou jornalista. Mas pretendo retornar aos gramados no próximo ano. Recomeçar, com um passo de cada vez, a atuar como árbitra ainda existe.


Longe dos gramados, você ficou mais conhecida pela participação no reality show A Fazenda, em 2009. De que maneira o programa abriu outras portas para você?
Foi muito bom ter participado. Passei a fazer parte do casting da TV Record. Hoje atuo como comentarista na casa e colunista do Jornal Diário de São Paulo. E no ano do reality participei de muitos eventos, atuando como mestre de cerimônia, presença VIP, palestrante e árbitra em jogos festivos por todo o Brasil.


Como você vê o papel da mulher brasileira hoje em dia? Consegue enxergar um avanço assim que você se tornou bandeirinha até os dias de hoje?
Sim, sem dúvida houve um avanço. No futebol muita coisa mudou. Temos mulheres jornalistas de campo, o número de árbitras cresceu e mulheres dirigentes de grandes clubes. Entre outros exemplos, hoje temos uma mulher como presidente da República. E acredito que a cada ano estamos conquistando novos espaços, o avanço continua.