quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Plano de aula

Genteeeeeeee...achamos fabuloso este plano de aula. Confiram:




PLANO DE AULA:Futebol e Cultura da Paz - "Jogando 
para a Paz"


Neste plano de aula, o professor Nei aborda o futebol para a paz. Muito eficiente para uma reflexão sobre a diminuição da violência no futebol.

Por que os jogadores ganham mais do que as jogadoras?

     Podemos observar ainda hoje a desvalorização da trabalho feminino, que ainda é cercado de preconceitos, ocasionado prejuizo em vários aspectos para as mulheres como, por exemplo, menores salários, falta de oportunidades melhores se comparadas às dos homens e desqualificação da sua força de trabalho.
     Não há, entretanto, grandes diferenças entre o futebol masculino e o feminino. O que existe é o preconceito. As pessoas ainda nutrem o conceito de que o futebol é um esporte essencialmente masculino. 
     O preconceito também existe por parte das empresas patrocinadoras que preferem apoiar os times masculinos.
     Para se profissionalizar neste esporte, a mulherada precisa mesmo é de muita insistência e garra... o que só reforça seu potencial!!!

Leia a matéria abaixo, retirada da revista Blow up e se delicie com a história do futebol feminino:

As duas paixões do povo

História

O futebol é um esporte bem antigo, mas só ganhou organização, padronização e regras no século XIX na Inglaterra. No final do mesmo século as mulheres despertaram seu interesse pelo esporte e assim nasceu o futebol feminino. Os jogos iniciais eram entre as mulheres casadas contra as solteiras, e por uma questão de respeito as casadas tinham obrigação de ganhar as partidas. No Brasil há algumas controvérsias quanto à data exata da primeira partida oficial no Brasil, mas pesquisadores indicam que o primeiro jogo aconteceu em 1921, em São Paulo, sendo disputado por jogadoras de Tremembé contra as de Santa Catarina.

O primeiro time

O Araguari Atlético Clube, sediado no Estado de Minas Gerais, iniciou as atividades com o futebol feminino em 19 de dezembro de 1958. É considerado o primeiro time oficial do Brasil formado somente por mulheres.

Jogo proibido

Mas, em 1964 o Conselho Nacional de Desportos – CND proibiu a prática do futebol feminino no Brasil alegando que a prática poderia causar traumas nos órgãos reprodutores das mulheres e com isso comprometer a gravidez. Por um decreto de lei o futebol feminino foi criminalizado. A decisão só foi revogada após dezessete anos, em 1981. E em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas Olimpíadas.

Dificuldades

O futebol feminino enfrenta ao longo de sua história grandes dificuldades. Primeiro por questões culturais, nossa sociedade está condicionada a separar o que é coisa de homem e o que é coisa de mulher. Desde criança o menino já aprende que tem que correr, pular, praticar esporte, se sujar e até mesmo correr alguns riscos para sua formação como homem, demonstrações de virilidade, força e capacidade de enfrentar as dificuldades do mundo. Enquanto a menina aprende a ser quieta, comportada, e ganha uma boneca para desenvolver seu instinto maternal, aprende a cozinhar e administrar a casa com a mãe, para que no futuro tenha boas qualificações para o casamento.
Isso ocorre em várias etnias no mundo todo. A mulher ainda não tem espaço no mundo para ter autonomia sobre suas vontades. No Brasil, somente 43% das mulheres têm uma vida economicamente ativa.
As mulheres que gostam de futebol e resolvem praticá-lo, muitas vezes acabam sendo taxadas de homossexuais, porque no país do futebol isso é coisa de homem. De acordo com os dados relativos ao último levantamento feito pela CBF em 2007, cerca de seis mil mulheres praticam oficialmente o futebol feminino no Brasil.
Sem sombra de dúvidas, este número é muito maior. O futebol feminino é um esporte amador, ainda. Portanto, é muito grande a quantidade de mulheres que praticam o esporte, mas não são registradas em nenhuma federação esportiva estadual, tampouco na própria CBF. O futebol acaba sendo uma vitrine do que acontece socialmente. Não é a identidade feminina que requer reconhecimento, mas sim a condição das mulheres como parceiras plenas na interação social.

Guerreiras

Mas, para as mulheres que tem o sonho de se tornar jogadoras de futebol profissionalmente, há alguns exemplos muito inspiradores. Considerada pela FIFA (Fédération Internationale de Football Association) pela 4ª vez a melhor jogadora do mundo, a “Pelé de saia” é nossa! Brasileira, Marta é hoje o maior nome do futebol feminino mundial. Com apenas 24 anos ela já entrou para o Hall da fama do futebol mundial. Conquistou diversos títulos nacionais e internacionais, entrando para a calçada da fama do Maracanã, sendo a primeira e, até agora, única mulher a deixar a marca dos pés neste local. Outra mulher de destaque no esporte foi Mia Hamm, uma jogadora dos Estados Unidos que pendurou as chuteiras em 2004 e foi antecessora de Marta nas conquistas como melhor jogadora do mundo.
Como o futebol feminino ainda é um esporte amador, a maioria das atletas brasileiras não recebe salário. Alguns clubes fornecem ajudas de custo como transporte, serviços médicos ou bolsa auxílio de cerca de R$ 500, na melhor das hipóteses. Na Copa do Brasil de Futebol Feminino 2008, as jogadoras dos três melhores times foram premiadas com inscrições para o Bolsa-Atleta em 2009, programa do governo federal que paga salários entre R$ 300 e R$ 2,5 mil para atletas de destaque em modalidades esportivas.

Campeonatos

Apesar do incentivo da FIFA em relação ao futebol feminino, ele ainda não tem a mesma repercussão que o masculino. A falta de patrocínios e divulgação da mídia ainda são os maiores desafios para que o futebol feminino deslanche no Brasil. Em uma entrevista exclusiva para BlowUp o técnico da Seleção brasileira de futebol feminino e do Santos Futebol Clube Kleiton Lima diz que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) dá total respaldo a estrutura de trabalho para comissão técnica e atletas, e diz ter tido várias oportunidades de variar convocações para testar qual será a melhor equipe que disputará os torneios oficiais da FIFA e jogos amistosos.

Futebol de salão


A primeira edição da Liga Futsal Feminina foi realizada em 2005. A competição idealizada pela Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) chegou num momento de crescimento da categoria em todo o Brasil. Em 2007 o futsal já contabilizava 12 equipes oficiais no país, uma vez que os clubes, universidades, federações e empresas desportistas já investiam na formação de equipes de primeira linha para a disputa de campeonatos nacionais.
O investimento no futsal feminino é a tendência de todas as Federações Internacionais a partir de agora. Como a modalidade luta para fazer parte do programa olímpico, o fortalecimento da categoria é primordial.

Os principais campeonatos de futebol de campo no Brasil são:


- Copa do Brasil
- Campeonatos estaduais

Internacionais:


-Copa do mundo
-Pan Americano
-Sul Americano
-Jogos Olímpicos
-Libertadores da América
-Mundial inter clubes

A ditadura da Beleza

No lugar dos cabelos ralos (parece careca. Vamos colocar cabelos curtíssimos), longos rabos-de-cavalo. Dos calções masculinos, shorts minúsculos. Da cara limpa, à maquiagem. A Federação Paulista de Futebol vê a beleza como requisito fundamental para selecionar as meninas que disputarão a competição. No projeto, elaborado em conjunto com a Pelé Sports & Marketing, o embelezamento das atletas está entre os “objetivos principais” para o “sucesso do torneio”.

Como regra velada do futebol feminino, está o desenvolvimento de ações que enalteçam a beleza e a sensualidade da jogadora para atrair o público masculino.
Outro documento criado pela FPF ressalta a importância de “desenvolver ações de consultoria de imagem, estilo pessoal e treinamento de mídia com as jogadoras”.
Kleiton Lima afirma não ter nenhum critério quanto à beleza e ressalta: “ser vaidosa é importante em qualquer profissão hoje em dia”, “e cuidar da imagem é importante, pois são referência para milhares de pessoas”.

Brasil

No interior de São Paulo na cidade de Campinas, conversamos com o diretor de futebol feminino do Guarani Futebol Clube, Fernando Pereira da Silva 54 anos. Ele nos conta às alegrias que o time feminino traz ao clube conquistando títulos importantes. A sala de troféus esta com nada menos que 275 troféus, em apenas 27 anos de existência. Fernando Pereira também diz que uma atleta só pode jogar no clube se estiver estudando, “só o estudo pode garantir de fato um futuro digno para um atleta” completa Fernando. O clube também disponibiliza um intercâmbio de estudo nos Estados Unidos para as atletas que se destacam mais no clube, garantindo uma vaga na universidade e treino nos times americanos.
O futebol feminino é sem sombra de dúvida uma grande vitrine para incentivar mais as mulheres à pratica do esporte, mostrar para uma sociedade ainda machista que a mulher pode ter seu espaço na mídia e no coração da torcida sem precisar viver na sombra do futebol masculino. Ver o time feminino deslizando sobre os gramados com graça, técnica e determinação é um espetáculo duplo que une as duas maiores paixões do brasileiro: mulher e futebol.