sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As gírias no futebol

Gírias do futebol

 (Retirado do site: http://jangadabrasil.com.br/revista/junho91/al91006a.asp)


Termos e expressões populares relativas ao futebol utilizadas nas diversas partes do Brasil
360: quando o jogador toca na bola com a perna direita, impulsionando-a para trás, realiza um giro de 180 e toca na bola com a perna esquerda, e depois está novamente com ela na perna direita, realizando assim uma volta de 360º em torno do próprio eixo.
Amarelar: ficar com medo diante do adversário e, conseqüentemente, jogar mal.
Aperitivo: apelido carinhoso para a partida preliminar
Arranca toco: jogador de pouca habilidade
Arqueiro: goleiro
Arquibaldo: torcedor que fica na arquibancada
Artilheiro: jogador que faz o maior número de gols (do campeonato, da equipe...)
Baba: o mesmo que pelada
Bailarino: jogador que faz muita firula
Baile (dar um): o mesmo que balé
Balão: a bola
Balão (balãozinho): lance de habilidade em que o jogador lança a bola em trajetória curva, bem acentuada, sobre o adversário e, deslocando-se rapidamente, volta a dominá-la adiante no chão.
Balé (dar um): driblar o adversário muitas vezes seguidas, causando a sensação que ele está dançando.
Bandeirinha (bandeira): árbitro auxiliar
Banheira: quando o jogador está completamente impedido; jogador que sempre fica nesta condição; quando o jogador mantém-se permanentemente em condições de receber a bola para fazer o gol, apesar das tentativas dos adversários em colocá-lo em impedimento. Romário teve a maioria dos seus quase mil gols por ser um jogador com esta característica.
Banho de cuia: o mesmo que chapéu e lençol
Barrigada: quando a bola é impulsionada com a barriga
Bate-pronto: quando o jogador recebe a bola e bate imediatamente para o gol, sem ajeitá-la.
Beque da roça: zagueiro que fica parado e dá um chutão
Bicanca: chute dado com o bico do pé
Bicicleta: quando o jogador fica em posição horizontal e acerta na bola com os dois pés suspensos, de costas para o chão. Este tipo de chute foi criado por Leônidas da Silva, o Diamante Negro, em jogo no Pacaembu.
Bichado: jogador que tem uma contusão ou moléstia crônica.
Bicho: premiação que os jogadores recebem por jogo ganho
Bico (chute de / dar de / dar / meter de): chute dado com a ponta do pé
Bicuda: chute dado com muita força
Boleiro: jogador de futebol amador
Bomba: chute desferido com muita força
Cabeçada: quando a bola é impulsionada com a cabeça
Cabeça-de-bagre: jogador muito ruim e de pouca inteligência
Cada enxadada é uma minhoca: expressão utilizada quando jogador (ou a equipe) está fazendo muitas faltas durante o jogo; jogo violento.
Cai-cai: jogador que simula contusão
Cama-de-gato: falta cometida durante a disputa da bola, na qual o jogador simula saltar e, com o corpo, desequilibra o adversário pelas costas
Cancha: campo. Expressão popularizada pelo jornalista Luís Mendes.
Caneco: troféu, taça
Canelada: quando a bola é impulsionada com a canela
Caneleira: proteção utilizada pelos jogadores para proteger as canelas
Caneta(s): perna(s)
Canhão: chute desferido com muita força
Capotão: a bola
Carne assada: apelido carinhoso para jogo amistoso
Carniceiro: jogador desleal, maldoso
Carrasco: jogador que marca o gol da vitória nos últimos minutos de um jogo decisivo
Carrinho: quando um jogador vem na corrida e procura alcançar a bola (ou as canelas do adversário), atirando-se sentado, procurando deslizar na grama, com os pés levantados.
Cartola: dirigente de clube
Catimba (catimbar): deixar o jogo lento fazendo cera
Cavalo: jogador violento
Cavalo paraguaio: clubes (geralmente sem tradição) que disparam na tabela no início da competição, depois não conseguem manter o ritmo e acabam na classificação intermediária.
CBD: jogador que sempre fica na reserva. Como nunca joga, é o Come, Bebe e Dorme.
Ceguinha(s): perna(s)
Cera (fazer): deixar o jogo lento inventando pretextos (reclamar do juiz, demorar tempo demasiado na cobrança de faltas, cair no chão simulando dores etc.).
Chaleira: quando o jogador, para debochar do adversário, trança as pernas, acertando na bola de pé trocado.
Chambão: modo violento de deslocar o adversário usando principalmente o tronco ou só os ombros.
Chapeuzinho: quando o jogador toca a bola por cima do adversário, e pega do outro lado; o mesmo que lençol. 
Chavecar: fazer pouco do adversário
Chocolate (ganhar de / dar um): ganhar a partida com uma grande diferença de gols no placar
Chutar à meia-altura: chute dado quando a bola está na altura da cintura do jogador
Chutar na gaveta: quando a bola é chutada em um dos ângulos superiores da trave
Chutar no ângulo: o mesmo que chutar na gaveta
Chutar para o mato: chute forte, para qualquer lugar, dado pelo beque para afastar a bola de perto do gol.
Chutar rasteiro: chutar com a bola rente ao chão
Chute Belfort: quando o jogador salta, para acertar com os pés uma bola que vem à meia altura. Belfort Duarte foi o primeiro jogador que deu tal chute.
Chuveirar na área: cruzar a bola da lateral para dentro da área, pelo alto
Chuveirinho: o mesmo que chuveirar na área
Contrapé: algo que não se espera, pisada em falso, passagem inesperada.
Cozinha: campo de defesa
Cozinhar: retardar deliberadamente o jogo, embromar
Craque: jogador excepcionalmente talentoso e competente
Criança: a bola
Dar efeito: chutar de forma que a bola faça uma trajetória em curva
Dar o bote: quando o defensor pressiona o atacante. Relacionada à ação de uma cobra para capturar sua presa.
Dar o sangue: esforçar-se até os limites
Dar um olé: quando o time permanece durante muito com a posse de bola, trocando passes e humilhando o adversário.
Dar uma tijolada: dar um chute forte
Dar um tijolo: fazer um passe ruim
Debaixo das canetas: quando o jogador joga a bola entre as pernas do adversário
Dedão: chute dado com muita força
Dérbi: jogo entre dois clubes da mesma cidade ou região; por extensão, entre entre dois clubes muito importantes.
De trivela (chute / ou dar): chute dado com efeito, com o lado externo ou interno do pé.
Domingada: quando um beque erra uma bola fácil, diz-se que fez uma domingada. Alusão ao grande beque Domingos da Guia que, apesar de craque, de vez em quando fazia uma. 
Do pescoço pra baixo é bola: jogo violento
Drible da vaca (ou do rabo da vaca): quando o jogador toca a bola do lado do adversário e a pega do outro lado. Pelé eternizou esta jogada na copa de 1970, no jogo contra o Uruguai, quando deu um baile no goleiro Mazurkiewicz. Ao chutar para o gol, porém, a bola caprichosamente raspou a trave e não entrou. Talvez a origem do nome esteja na expressão "a vaca foi para o brejo".
Elástico: drible em que o jogador leva e traz a bola, esticando a perna como se fosse um elástico.
Embaixada / embaixadinha: quicar a bola com os pés, os joelhos ou a cabeça sem deixá-la cair no chão.
Enfiada (dar / levar uma / ganhar de): o mesmo que goleada
Entortar: dar drible espetacular
Escrete: seleção de jogadores
Estar prestigiado: jogador que está em evidência, famoso
Fazer como beija-flor: quando o jogador dá uma paradinha no ar e depois cabeceia a bola. Poucos a dominam. Dario dos Santos, o Dadá Maravilha, era um mestre neste tipo de jogada.
Fechar o gol: quando o goleiro pratica defesas constantes, impedindo o time adversário de marcar.
Figura: jogador importante
Filó: a rede
Finge-que-vai-e-vai: tipo de jogada eternizada por Mané Garrincha. Ele pegava a bola na direita. Parava. O marcador parava também. Ele fingia que ia correr para direita. O beque ia. Ele voltava. A cena se repetia algumas vezes, até que, por fim, quando o beque esperava novo fingimento, Garrincha saía com a bola, causando o delírio da torcida.
Finta: jogada visando superar o marcador; drible
Fintar: driblar
Firula: jogada desnecessária, de efeito, para humilhar o adversário e impressionar o público.
Folha seca: chute direto a gol, geralmente com a bola parada, cuja trajetória sofre uma queda súbita, surpreendendo o goleiro. Jogada criada por Didi (Valdir Pereira).
Frango (tomar um): quando o goleiro perde uma bola facilmente defensável e toma gol
Frangueiro: goleiro que toma muitos frangos
Furada: quando o jogador erra o chute
Galã do futebol: jogador bonito
Galera: grupo de torcedores
Gandula: rapaz responsável por apanhar as bolas que saem para fora do campo
Gastar a bola: diz-se do jogador que joga muito bem
Gaveteiro: juiz ou jogador que aceita suborno. Ao gaveteiro, costuma-se acrescentar o sobrenome FDP.
Geraldino: torcedor que freqüenta as gerais dos estádios.
Golaço: gol muito bonito, marcado com extrema perícia ou arte; expressão popularizada pelo jornalista Luís Mendes.
Gol contra: aquele marcado involuntariamente por um jogador contra a sua própria equipe.
Gol de bunda: gol feito de forma a humilhar o adversário, quando o atacante após vários dribles, abaixa e impulsiona a bola com as nádegas. Muito comum em peladas.
Gol de honra: o único gol marcado por uma equipe que sofreu uma derrota de muitos gols.
Gol de letra:  gol de calcanhar ou quando o jogador trança as pernas, mudando o pé que chuta.
Gol de peixinho: quando a bola vem baixa e o jogador atira-se para acertá-la com a cabeça.
Gol de placa: gol feito após uma jogada sensacional. O termo teve origem quando Pelé foi homenageado com uma placa após ter feito um gol memorável contra o Fluminense.
Gol do meio da rua: gol marcado com chute de longa distância, por exemplo, antes da imaginária linha intermediária.
Goleada: vitória por larga diferença no placar, o mesmo que enfiada.
Goleador: o mesmo que artilheiro
Gol olímpico: gol marcado em cobrança direta de um escanteio. Tem esse nome, porque o primeiro gol marcado dessa maneira, foi nos Jogos Olímpicos de 1924, na Antuérpia, por um jogador uruguaio.
Gorduchinha: bola
Guarda-meta (guarda-metas): goleiro; termo muito utilizado pelo locutor Sílvio Luís
Guarda-rede (guarda-redes): goleiro
Guarda-vala (guarda-valas): goleiro
Guardião: goleiro
Guiomar: a bola
Isolar (a bola): quando a bola é chutada para bem longe do campo
Japonês: jogador ruim de bola.
Jogar o fino: jogar bem e de forma elegante; jogar bonito
Jogar pedra: jogar mal; não saber jogar.
Lanterna(s): o(s) último(s) classificado(s) no campeonato
Lençol: o mesmo que chapeuzinho.
Mala preta: gratificação que um clube interessado na vitória de um dos times que vão jogar, oferece aos jogadores para um esforço maior. É o chamado suborno branco, ou seja, para que os jogadores se empenhem mais pela vitória.
Mandar um torpedo: dar um chute forte para o gol
Mão furada: goleiro que não consegue segurar os chutes dos adversários
Marcar perigo de gol: diz-se quando há um erro evidente de arbitragem em jogada de ataque.
Maria chuteira: torcedora que sempre quer transar com jogadores, versão futebolística da Maria Batalhão.
Maricota / Maricotinha: a bola
Marmelada: conluio entre participantes do jogo, a fim de que o resultado seja favorável a quem convém sair vencedor. Um caso clássico de suspeita de marmelada ocorreu no jogo Argentina x Peru, na Copa do Mundo de 1978.
Marta Rocha: jogador considerado bonito, em alusão à miss Brasil 1955
Mascarado: jogador que prende a bola demais e não passa aos companheiros
Mata-mata: jogos eliminatórios
Matar a bola: quando, após um passe onde geralmente a bola vem do alto, ela é dominada com elegância e destreza.
Matar de canela: quando o jogador mata a bola com a canela
Matar no peito: quando o jogador mata a bola com o peito
Meia-bicicleta: quando o jogador fica em posição horizontal e acerta na bola com um pé suspenso, de costas para o chão. Difere da bicicleta porque o outro pé ou se mantém no chão ou não é suspenso o suficiente.
Meia-boca: jogador em má fase, que não está em boa condição física
Meia-canja: meio-de-campo
Meia-lua: assemelha-se ao drible da vaca pelo fato da bola seguir por um lado do adversário e o jogador ir buscá-la pelo outro. Usa-se o termo quando ela é feita no meio campo sem ameaça de gol.
Menina: bola
Meter um saco: fazer muitos gols
Molhar a camisa (ou suar a camisa): esforçar-se vigorosamente pelo clube.
Morte súbita: tipo de prorrogação onde quem marcar o primeiro gol vence o jogo; tem o objetivo de encurtar a prorrogação e evitar a decisão por pênaltis.
Na gaveta: na junção da trave horizontal com a vertical
Nega: a bola
Negra: a última partida de uma série decisiva.
Nó (dar um): driblar
No meio das canetas: bola no meio das pernas
No pau: expressão utilizada por Sílvio Luis quando a bola, chutada para o gol, bate na trave
Olho no lance: expressão utilizada por Sílvio Luís em jogadas onde há a possibilidade de gol.
Olé: grito da torcida para evidenciar lances de dribles com o intuito de provocar a torcida adversária.
Onde a coruja dorme (ou faz ninho): ângulo de cima da trave
Ovinho: o mesmo que debaixo das canetas
Passar uma bola redonda: passar a bola em condições para um excelente lance
Passe de calcanhar: quando a bola é passada ao companheiro utilizando o calcanhar
Pedalada: quando a bola está parada e o jogador passa os dois pés, alternadamente, por cima dela, como se estivesse pedalando. Ronaldinho Gaúcho é mestre neste tipo de drible.
Pegar de calo (na bola): chutar utilizando apenas três dedos, causando um efeito especial à bola.
Pegar na veia: acertar a bola "em cheio" ou "com tudo"
Peixinho (ou peixe): jogador protegido pelo técnico ou pelo diretor
Pelada: jogo de futebol de várzea; o mesmo rachão
Pelota: bola
Pelotada: chute
Pelotaço: gol muito bonito; expressão criada pelo jornalista Luís Mendes
Pé murcho: jogador que tem chute muito fraco
Pepita: bola
Pereba: jogador muito ruim
Perna de chumbo: jogador que não é hábil com a bola
Perna de pau: o mesmo que perna de pau
Perneta: jogador ruim de bola
Peru: o mesmo que frango
Petardo: chute desferido com muita força
Pé torto: jogador que erra muitos passes
Pipocar: quando um jogador evita confrontos com o adversário para não se machucar.
Pipoqueiro: jogador ou time que na hora da decisão treme, falha, erra, vacila, amarela.
Ponta-de-lança: o jogador mais avançado da equipe
Problema que todo técnico gostaria de ter, o: excesso de bons jogadores
Pimba na gorduchinha: expressão criada pelo locutor Osmar Santos, utilizada quando a bola entrava em jogo.
Rachão: o mesmo que pelada
Redonda: a bola
Redondinha: a bola
Retranca: o campo de defesa; o time que fica na retranca joga recuado em seu campo de defesa.
Ripa na chulipa (na rapaqueca): colocar a bola em jogo, chutar a bola
Roubar a bola: quando a bola é tirada pelo adversário com habilidade sem o jogador perceber.
Rosca (dar de / meter de): ganhar a partida sem o time adversário fazer nenhum gol
Salto alto (jogar de/com): excesso de autoconfiança e conseqüente menosprezo pelo adversário
Sobrepasso: infração cometida pelo goleiro que, dentro de sua grande área, dá o quarto passo consecutivo com a bola nas mãos, ou quicando no campo.
Tanque: jogador forte, parrudo, atarracado; expressão cunhada pelo técnico Cláudio Coutinho em sua tentativa frustrada de criar um vocabulário específico para o futebol.
Tapete: o campo gramado
Testada: quando a é impulsionada com a testa
Tiro de canto: escanteio
Torcedor: adepto e simpatizante de um time; aquele que torce.
Torcida: grupo de torcedores
Tremer nas bases: ter medo do time adversário; ficar acuado.
Vendido: jogador que se deixa subornar
Véu de noiva: a rede
Vigia: goleiro
Virar a casaca: quando um jogador ou torcedor muda de time
Virar o fio: quando o preparo físico do time é comprometido devido ao desgaste sofrido com o excesso de competições.
Voleio: quase uma bicicleta. O jogador acerta a bola com os dois pés suspensos, só que em posição lateral com relação ao chão.
Xerifão: geralmente um volante ou zagueiro que marca muito e que impõe respeito ao adversário
Zebra (dar): resultado inesperado, quando o time surpreendentemente mais fraco vence a partida. Expressão criada na década de 40, pelo técnico carioca Gentil Cardoso, em alusão ao jogo do bicho, onde zebra não existe.
Zona do agrião: refere-se à grande área, onde todas as jogadas são de grande importância, tanto para quem ataca, como para quem se defende. O significado desta expressão está no cultivo do agrião, uma planta herbácea aquática, em terreno alagadiço, onde as pessoas têm que se movimentar com cuidado. Por extensão, região crítica. A criação desta expressão é creditada ao jornalista João Saldanha.



Fontes

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